Lactalis se move para dobrar de tamanho em cinco anos no Brasil

9 de maio 2025

Empresa francesa faturou R$ 17 bilhões em 2024 e mira os R$ 35 bilhões; crescimento deve vir por meio de aumento da produção e de aquisições.

Numa entrevista há 10 anos ao Valor, Patrick Sauvageot, então o principal executivo no país de uma ainda pouco conhecida Lactalis, disse que tinha o desafio de construir a operação brasileira a partir de várias aquisições, tal qual um lego.

Numa entrevista há 10 anos ao Valor, Patrick Sauvageot, então o principal executivo no país de uma ainda pouco conhecida Lactalis, disse que tinha o desafio de construir a operação brasileira a partir de várias aquisições, tal qual um lego.

Numa entrevista há 10 anos ao Valor, Patrick Sauvageot, então o principal executivo no país de uma ainda pouco conhecida Lactalis, disse que tinha o desafio de construir a operação brasileira a partir de várias aquisições, tal qual um lego. Numa entrevista há 10 anos ao Valor, Patrick Sauvageot, então o principal executivo no país de uma ainda pouco conhecida Lactalis, disse que tinha o desafio de construir a operação brasileira a partir de várias aquisições, tal qual um lego.

E a ambição do grupo controlador francês, dono da marca Président, não era pequena: a meta era criar a maior empresa de lácteos do Brasil. O lego ainda não está totalmente montado, afirma agora Sauvageot, que hoje é presidente da Lactalis Américas, mas o objetivo de ser a líder do segmento já foi alcançado.Desde que chegou ao Brasil, com a compra da empresa familiar de queijos Balkis em 2013, a companhia francesa investiu R$ 7,7 bilhões no país, número que inclui aquisições de laticínios (R$ 5 bilhões) e aportes em ampliações de fábricas (R$ 2,68 bilhões).

Em sua estratégia agressiva de crescimento, a Lactalis adquiriu em 2014 uma empresa quebrada, a LBR, e uma em formação, a Elebat (da BRF). Em 2019, foi a vez da mineira Itambé, que pertencia à Cooperativa Central dos Produtores Rurais do Estado de Minas Gerais (CCPR). Foram movimentos complexos e que em alguns casos, como no da Itambé, ocorreram diante de disputa judicial (com a concorrente mexicana Lala). A aquisição mais recente — e relevante — foi a operação de iogurtes da DPA em 2023.

Com esses movimentos — contados em um livro sobre a história da Lactalis no Brasil — , a empresa lidera hoje a captação de leite no país e atua em todas as categorias de lácteos. São 2,7 bilhões de litros recebidos por ano, destinados à produção de queijos, iogurtes, leite UHT, leite em pó, manteiga, requeijão, leite condensado e creme de leite, em 23 unidades pelo país.

Embora já seja a maior do segmento, a companhia busca mais, pois avalia que há potencial para o avanço da demanda por lácteos no país. “Temos a ambição de duplicar a dimensão de Lactalis do Brasil, e estamos caminhando para isso. Uma parte vai vir de aquisições, uma parte de crescimento interno e de crescimento também do consumo”, estima Sauvageot em entrevista exclusiva ao Valor.

No ano passado, a empresa faturou R$ 17 bilhões no Brasil, 10% acima de 2023, e a meta é alcançar R$ 35 bilhões até 2030, diz o CEO da Lactalis Brasil, Roosevelt Júnior. Para alcançar esse montante, será necessário ampliar a captação de leite, as operações de processamento e investir em agregação de valor nos próximos anos.